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quarta-feira, 24 de março de 2010

O que se faz com tudo isso?


Hoje acordei mais melancólica do que de costume.
Uma imensa vontade de escrever, escrever e escrever. Coisas sem nexo, sem sentido, sem necessidade de serem escritas. Pelo simples prazer de sorver cada palavra como se fosse a única, ou a última.
Vontade inexplicável de olhar nos olhos, falar verdades, sentir intensamente, amar como nunca antes havia amado. Pegar chuva no rosto, sentir o vento frio.
Frio, doce frio, que tu gostas e eu detesto. Tenho até me acostumado com dias assim. Frio me faz lembrar do que preciso esquecer.
Esquecer pra quê? Escrever pra quê?
Por qual motivo digito palavras e mais palavras? Quem espero que um dia leia essas pequenas e grandes baboseiras? Verdades mascaradas em um eu inexistente, mas que se esconde, se mascara e se revela a cada texto. Um eu que ri, espera e sofre. Um eu que está aí, perdido em algum lugar esperando ser encontrado ou ser esquecido. Mas fácil é esquecer!
Fácil? Então sou só eu que não consigo? Não consigo esquecer, nem lembrar, nem viver...
Vida pela metade. E onde anda a minha outra metade esquecida e a todo momento lembrada. Perdida dentro de mim, aparente em teus olhos e em meu desespero.
Desesperança, desespero, desilusão... queria encontrar outros "des" mas me faltam agora na memória.
"Des"penco da janela tentando ver a rua, tentando ver quem passa e quem jamais passará. Ou passará algum dia quando nada mais restar de mim, apenas o silêncio e a nostalgia.

Devaneio!