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sexta-feira, 30 de abril de 2010

Um dia somente

Um dia de folga, um dia somente. É pedir demais?
24 horas sem problemas, sem preocupações, sem o stress diário de tudo que deve ser feito e ainda está por se organizar. Mil e uma coisas que dependem de mim, apenas de mim. Preciso de 24 horas que sejam somente minhas...
Não é pedir demais, desejar um tempo em que se possa decidir o que fazer, e não simplesmente fazer o que precisa ser feito. Ando cansada de não ter tempo, de correr atrás do relógio, esperando que ele paralise, cristalize por alguns minutos para que eu apenas tenha tempo de lembrar quem sou, ou imagino ser.
Alguns dias andam tão atribulados que quando me dou conta nem lembro de mim. São tantos problemas que me rodeiam e tantas coisas que me cercam que esqueço que eu existo e me sinto uma "resolvedora de problemas", a "quebra-galho", a "tapa-buraco"!
É engraçado admitir isso, mas é a mais pura verdade.
Preciso de uns dias de folga, ou se isso não for possível, que sejam, ao menos, horas de folga.
Uns minutos para me olhar no espelho e finalmente perceber as olheiras que já me tornam parecida com um panda. Ou os fios de cabelo quebradiços que precisam urgentemente de uma hidratação.
Apenas uns poucos minutos pra deitar na rede e ler um livro, não os que preciso ler pra faculdade, mas um que queria ler a tempo e nunca conseguia um espaço na minha agenda. Ou ainda, tempo para deitar no sofá e dormir, não simplesmente tirar aquele cochilo correndo, preocupada, contando os minutos, aquele cochilo que mais te apavora e deixa peso na consciência do que relaxa.
Um momento pra preparar um prato de comida, saboreando não só quando é colocado na boca, mas todo o tempo de preparo. Tempo para sentar e comer, e não apenas engolir a comida correndo entre um afazer e outro.
Quero um tempo pra procurar bobagens na internet, abrir minha pasta de e-mails não lidos (que já deve ter perto dos 700 e-mails) e ler finalmente todas aquelas fantásticas abobrinhas que recebo todos os dias e nem consigo olhar. Tempo de ler todos os blogs que eu gostaria, de comentar e tempo de escrever no meu próprio blog que muitas vezes ficaabandonado as traças...
 Preciso de tempo pra conversar com meus amigos, escutar as suas histórias, rir e perceber como as pessoas com quem convivo são especiais. Tempo de descobrir o que eles gostam ou não, suas cores preferidas e  que música eles escutam no tempo vago. Tempo vago... isso existe???
Me falta espaço para mim na minha agenda... Mania tola de querer abraçar o mundo. Maldita sindrome de mãe que me cerca. Intencionalidade de resolver todos os problemas meus e, se possível, todos que eu tenha conhecimento.
Quanta falta me faz tempo para pensar, refletir, decidir. Tenho passado por muitas coisas sem sequer perceber sua existência. Não por falta de atenção, mas por simplesmente não me dar conta de que as coisas estão ao meu lado. Ando na rua com "corpo presente" e cabeça nas nuvens...
Necessito urgentemente de um pouco de tempo para sonhar! E coragem pra fazer acontecer...

segunda-feira, 5 de abril de 2010

O pior...

Fico pensando em todos os momentos em que pude olhar nos teus olhos e os meus se desviaram. Penso em todos os momentos em que estive cercada de pessoas e mais sozinha como nunca antes. Todos os dias que passaram e deixei de fazer as coisas que tive vontade, de escrever as poesias que bolei com medo de parecer ridícula ou temendo a opinião alheia.
Permaneço milhares de vezes ignorando a minha consciência que insiste em dizer que cada dia que passa não é um dia a mais, e sim um dia a menos...
Um dia a menos pra viver e ser feliz.
Já chorei muito, muito mesmo. Sou daquelas pessoas choronas, que se deixam levar por uma música, uma fotografia, uma lembrança, uma esperança... Sou sensível, mesmo parecendo uma fortaleza. Me emociono fácil. Me abalo fácil. E normalmente levo tempo para recuperar os machucados. São dias, meses, anos curando as feridas e analisando as cicatrizes. Nem sempre a dor é compatível com o tamanho do machucado. Já sofri muito por muito pouco e já ignorei dores terríveis. Mas o que mais me machuca não são os tombos, quedas, e arranhões, mas as lembranças dos machucados que já tive. O que mais me dói é olhar teus olhos e me sentir desnuda, invadida... E pior que isso é olhar nos teus olhos e não me ver refletida neles...