Páginas

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Àquele que me faz sorrir...

Publico, hoje, um poema que não foi escrito por mim, mas que me descreve muito do que muitas coisas que já escrevi. Rafa, obrigada pelo carinho, pela compania, pelas belas palavras e pelos sorrisos e olhares!


Afagando-te a nuvem-de-rosto,

Levemente em chuviscos…

Os ares que te gostam baloicar
Pedem por serem ausentes brincos…
Eu evaporo a sonhar no relevo
Da cor do teu olho, transpassando
As da luz… Eu sinto…

Um ar ofegante a rastejar pelos ombros…
Enquanto o ceu vive e arqueja e sorri
Diante os Sois que se criam aqui,
Eu sou a mais nova moeda da sorte
A respingar para o poco de Primaveras,
Cheio de ventos e flores e desejos…

Jorrando `as perenes bergamoteiras
A essência de idealizar o fruto…

Durante a hora de choque, hora inexata,
Uma hora absurda de encontrar perfeitos,
A vida sequer sabe de si… e se esquece!
Perde-se o tempo nas transparências,
E sao toques sinceros, ah, caricias…

Se eu soubesse explicar esse "Tudo"…

Em papel de maestro, despencaria
Mais universos, realidades, utopias,
Para a existência desses bancos de praca,
Mesmo sabendo que o explicar nao ha…
Que so podemos ser e estar…

Encaixo o tempo, lindo tanto contigo quanto
Eh abstrata a narrativa do amor.

Rafael Braga

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

O que realmente importa...

Existe um momento na vida em que pensamos em tudo o que já falamos e tudo o que já fizemos e estamos dispostos a fazer o "balanço" de nossas ações.
Muito já disse, já especulei sobre os erros alheios (muitas vezes meus próprios erros não aceitos ou não explícitos). É chegado o momento de tentar definir o que realmente importa!

É preciso rever os conceitos e as prioridades da vida... Aprender a enxergar o que realmente nos faz felizes. Aprendi com os problemas que me cercam todos os dias o quão importante é estar disposto a sentir da melhor maneira possível os bons momentos.

Precisamos ver o mundo com os olhos de uma criança. E não é utopia, não! É necessário que consigamos ver nas pequenas coisas da vida a própria vida!

Parar para observar o nascer do sol. As estrelas que enfeitam a noite, como se fossem os brincos de uma grande dama que a todos abraça. O riso solto de uma criança brincando. As borboletas voando livres ao nosso redor. Um carro que para na rua para que você atravesse. Um estranho que diz "bom dia". 

Nessa existência corrida estamos perdendo o prazer de ver as coisas simples. Estamos preocupados em fazer e acontecer. Queremos que tudo ocorra do nosso modo e no nosso tempo. Não estamos cientes de que viver não é simplesmente sobreviver, existir. Viver é sentir, amar, sorrir, cantar.

Cantar as coisas belas da vida, os momentos que não devem passar, mas serem eternizados, aquilo que nos faz acordar de manhã e pensar que o dia anterior valeu a pena e que queremos viver este que inicia com a mesma intensidade.

Precisamos aprender a viver, e dar valor aquilo que realmente merece.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Sinceros... até que ponto?

O que difere sinceridade de falta de sensibilidade? Onde está o traço tênue que diferencia esses dois modos de se enunciar para o mundo? O que te faz sincero ou insensível? É possível saber o limite entre um e outro?

Já ouvi milhares de pessoas se afirmarem sinceras, super sinceras, insuportavelmente sinceras. E muitas realmente são! Mas ser sincero é atributo ou defeito?

Como tudo na vida, sinceridade tem limite. Muitas vezes o que diferencia o sincero do insensível é o modo como se falam verdades.
Não vejo problema algum em dizer o que se pensa, ao contrário, aquele que é capaz de admitir de cara limpa o que realmente pensa sobre outra pessoa é o mais verdadeiro de todos os amigos. Mas como se diz o que se pensa é o ponto crucial de toda conversa.

Não penso que omitir verdades seja prova de sinceridade. Acho fraqueza... Mas de que adianta a sinceridade que maltrata, machuca?
O limite entre um extremo e outro é dado por uma série de fatores, dentre os quais estão a intimidade que se tem com o outro para ser sincero ou não, o momento da interação entre os dois, sobre que assunto se está conversando. Dizer para seu melhor amigo que o texto dele poderia melhor em determinados pontos é uma coisa, falar pra sua prima que ela está gorda feito uma baleia é outra beeeeem diferente!
Conseguem perceber? Não existe o que não possa ser dito. mas existem modos de dizer que não são aconselháveis.

Peco muitas vezes por excesso de sinceridade. Quando me dou conta já falei o que não deveria ser dito para aquela pessoa, naquele lugar, naquele momento e naquela  situação.
Quantas e quantas vezes pensei em costurar minha boca para não falar demais ...
Mas também penso muitas vezes que é melhor correr o risco de ser considerada exagerada, sincera demais, do que ser vista como falsa.
Sempre disse uma coisa e muitos riram já de mim: "Se não quer saber minha opinião, não me pergunte"...
Acima de tudo, sou sincera...

Mas espero um dia aprender a controlar meus excessos de sinceridade, minha mania de querer falar, colocar-me no mundo, fazer saber o que penso.

Já perdi amigos por sinceridade demais. Fico hoje me indagando: se eles não gostaram de saber a verdade sobre o que penso, até que ponto posso crer na sinceridade deles para comigo.
Prefiro chorar por palavras ásperas e depois perceber que elas vieram para meu bem, do que viver o "felizes para sempre" iludida...

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Mania de entender...

Mania essa sem graça que tenho de ficar tentando entender as coisas. Mania de ter tudo explicadinho, cada coisa na sua devida casinha, tudo entendido, explicado e absorvido.
É terrível essa obsessão por compreender tudo. É insuportável a curiosidade remoendo o interior e me fazendo manter a cara mais perplexa do mundo diante das situações mais comuns. Essa coisa insuportável de tentar decifrar tudo que se passa, de achar sentidos escondidos atrás de cada olhar, de cada gesto, de cada silêncio. Medo das pessoas, situações e sentimentos serem somente aquilo que eu vejo. Ideia de qua tudo necessita ter um motivo maior para acontecer.
Quem disse que existem coincidências? Para alguém com mania de entender elas não existem, são tudo previamente programadas por esse tal de destino que insiste em nos pregar peças todos os dias. Quando penso que já entendi tudo que deveria ser entendido lá vem esse tal destino que se diz nosso amigo me apresentando mais um quebra cabça a ser decifrado, mais um texto a ser decodificado,  mais uma história a ser entendida. E se essas tais coincidências existem mesmo, elas, com certeza, tem um motivo para acontecer.
Não posso aceitar a ideia de que minha vida é regida por fatos inesperados sem conexão e sem sentido. Tudo acontece por um motivo. As conversas fora de hora, os encontros inesperados, a perda de alguma coisa, a internet que não conecta, a ligação que não acontece. Até as coisas não ditas e os fatos não acontecidos são regidos por uma ordem. A vida não pode ser isso descontrolado que muitos pregam por aí.
Se eu pudesse andaria todos os dias com uma grande lupa observando tudo que me rodeia e tentando entender os porquês de tudo que me cerca.
Destesto essa mania de tentar entender tudo, mas fazer o que se nasci assim?

quinta-feira, 6 de maio de 2010

E a roda gigante gira novamente....

Pois é... coisas da vida. Quem pode entendê-las?
O incrível movimento da roda gigante, que mesmo contra todas as expectativas permanece girando e girando e girando. Constantemente.
Mudanças...
Inevitavelmente mudanças...

O que rege as nossas vidas? Vontade própria, destino, acasos?
Como explicar as coisas que simplesmente acontecem sem que se tenha controle sobre elas?

Vida, essa estranha estrada que corre quando muitas vezes nos imaginávamos parados...
Feita muitas vezes de encontros casuais, de palavras não ditas, de saudades de coisas que nem existem...
Mania essa de controlar a vida, querer ter tudo na palma da mão, devidamente explicado, entendido e organizado.
Quem não aprende a deixar a vida dirigir os próximos passos dificilmente conseguirá ser feliz!

Algumas cosias simplesmente fogem ao nosso controle e aí só restam duas opções: aceitar ou enlouquecer. E quem optar em não seguir nenhuma das duas opções ficará sozinho, pois lutar contra a vida apenas nos exclui da grande alegria que é vivê-la!

Viver, deixar-se viver. Respirar tendo a certeza do incerto, da impossibilidade de prever, da inconsistência de tudo isso que nos cerca. Não existem limites para aqueles que se permitem viver...

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Um dia somente

Um dia de folga, um dia somente. É pedir demais?
24 horas sem problemas, sem preocupações, sem o stress diário de tudo que deve ser feito e ainda está por se organizar. Mil e uma coisas que dependem de mim, apenas de mim. Preciso de 24 horas que sejam somente minhas...
Não é pedir demais, desejar um tempo em que se possa decidir o que fazer, e não simplesmente fazer o que precisa ser feito. Ando cansada de não ter tempo, de correr atrás do relógio, esperando que ele paralise, cristalize por alguns minutos para que eu apenas tenha tempo de lembrar quem sou, ou imagino ser.
Alguns dias andam tão atribulados que quando me dou conta nem lembro de mim. São tantos problemas que me rodeiam e tantas coisas que me cercam que esqueço que eu existo e me sinto uma "resolvedora de problemas", a "quebra-galho", a "tapa-buraco"!
É engraçado admitir isso, mas é a mais pura verdade.
Preciso de uns dias de folga, ou se isso não for possível, que sejam, ao menos, horas de folga.
Uns minutos para me olhar no espelho e finalmente perceber as olheiras que já me tornam parecida com um panda. Ou os fios de cabelo quebradiços que precisam urgentemente de uma hidratação.
Apenas uns poucos minutos pra deitar na rede e ler um livro, não os que preciso ler pra faculdade, mas um que queria ler a tempo e nunca conseguia um espaço na minha agenda. Ou ainda, tempo para deitar no sofá e dormir, não simplesmente tirar aquele cochilo correndo, preocupada, contando os minutos, aquele cochilo que mais te apavora e deixa peso na consciência do que relaxa.
Um momento pra preparar um prato de comida, saboreando não só quando é colocado na boca, mas todo o tempo de preparo. Tempo para sentar e comer, e não apenas engolir a comida correndo entre um afazer e outro.
Quero um tempo pra procurar bobagens na internet, abrir minha pasta de e-mails não lidos (que já deve ter perto dos 700 e-mails) e ler finalmente todas aquelas fantásticas abobrinhas que recebo todos os dias e nem consigo olhar. Tempo de ler todos os blogs que eu gostaria, de comentar e tempo de escrever no meu próprio blog que muitas vezes ficaabandonado as traças...
 Preciso de tempo pra conversar com meus amigos, escutar as suas histórias, rir e perceber como as pessoas com quem convivo são especiais. Tempo de descobrir o que eles gostam ou não, suas cores preferidas e  que música eles escutam no tempo vago. Tempo vago... isso existe???
Me falta espaço para mim na minha agenda... Mania tola de querer abraçar o mundo. Maldita sindrome de mãe que me cerca. Intencionalidade de resolver todos os problemas meus e, se possível, todos que eu tenha conhecimento.
Quanta falta me faz tempo para pensar, refletir, decidir. Tenho passado por muitas coisas sem sequer perceber sua existência. Não por falta de atenção, mas por simplesmente não me dar conta de que as coisas estão ao meu lado. Ando na rua com "corpo presente" e cabeça nas nuvens...
Necessito urgentemente de um pouco de tempo para sonhar! E coragem pra fazer acontecer...

segunda-feira, 5 de abril de 2010

O pior...

Fico pensando em todos os momentos em que pude olhar nos teus olhos e os meus se desviaram. Penso em todos os momentos em que estive cercada de pessoas e mais sozinha como nunca antes. Todos os dias que passaram e deixei de fazer as coisas que tive vontade, de escrever as poesias que bolei com medo de parecer ridícula ou temendo a opinião alheia.
Permaneço milhares de vezes ignorando a minha consciência que insiste em dizer que cada dia que passa não é um dia a mais, e sim um dia a menos...
Um dia a menos pra viver e ser feliz.
Já chorei muito, muito mesmo. Sou daquelas pessoas choronas, que se deixam levar por uma música, uma fotografia, uma lembrança, uma esperança... Sou sensível, mesmo parecendo uma fortaleza. Me emociono fácil. Me abalo fácil. E normalmente levo tempo para recuperar os machucados. São dias, meses, anos curando as feridas e analisando as cicatrizes. Nem sempre a dor é compatível com o tamanho do machucado. Já sofri muito por muito pouco e já ignorei dores terríveis. Mas o que mais me machuca não são os tombos, quedas, e arranhões, mas as lembranças dos machucados que já tive. O que mais me dói é olhar teus olhos e me sentir desnuda, invadida... E pior que isso é olhar nos teus olhos e não me ver refletida neles...

quarta-feira, 24 de março de 2010

O que se faz com tudo isso?


Hoje acordei mais melancólica do que de costume.
Uma imensa vontade de escrever, escrever e escrever. Coisas sem nexo, sem sentido, sem necessidade de serem escritas. Pelo simples prazer de sorver cada palavra como se fosse a única, ou a última.
Vontade inexplicável de olhar nos olhos, falar verdades, sentir intensamente, amar como nunca antes havia amado. Pegar chuva no rosto, sentir o vento frio.
Frio, doce frio, que tu gostas e eu detesto. Tenho até me acostumado com dias assim. Frio me faz lembrar do que preciso esquecer.
Esquecer pra quê? Escrever pra quê?
Por qual motivo digito palavras e mais palavras? Quem espero que um dia leia essas pequenas e grandes baboseiras? Verdades mascaradas em um eu inexistente, mas que se esconde, se mascara e se revela a cada texto. Um eu que ri, espera e sofre. Um eu que está aí, perdido em algum lugar esperando ser encontrado ou ser esquecido. Mas fácil é esquecer!
Fácil? Então sou só eu que não consigo? Não consigo esquecer, nem lembrar, nem viver...
Vida pela metade. E onde anda a minha outra metade esquecida e a todo momento lembrada. Perdida dentro de mim, aparente em teus olhos e em meu desespero.
Desesperança, desespero, desilusão... queria encontrar outros "des" mas me faltam agora na memória.
"Des"penco da janela tentando ver a rua, tentando ver quem passa e quem jamais passará. Ou passará algum dia quando nada mais restar de mim, apenas o silêncio e a nostalgia.

Devaneio!

sábado, 30 de janeiro de 2010

Transparência

Será que somos mesmo tão importantes quanto nos julgamos?
Às vezes me pego pensando em pessoas e situações. Aqueles que hoje são essenciais, de uma hora para outra, passam a ter valor mínimo em nossas vidas. Muitas vezes não escolhemos este afastamento, mas as pessoas simplesmente vão indo e indo, cada vez mais longe dos nossos olhos e por mais que gritemos elas não são capazes de nos escutar.
Quantas e quantas vezes eu também me permiti o afastamento. Muitas vezes fui eu que sai, não de fininho, mas correndo sem qulalquer motivo aparente e depois ficava a me encantar com minha própria solidão!
Engraçado isso! Solidão. Em centenas de momentos me senti como que transparente em meio a multidão.
É estranho essa capacidade que só o ser humano tem de ignorar a existência daquele que está ao seu lado. Passamos pelas pessoas sem sequer percebê-las, e quem o tenta fazer, passa por enxerido. Um dia ainda entendo que dificulade é essa que existe no simples ato de olhar-nos nos olhos uns dos outros e falar o que se pensa e se sente.
O pior sentimento que já experimentei é a sensação de se estar entre milhares e estar completamente só.
Não se fazem mais amigos como se fazia antes. As pessoas esqueceram o que significa a palavra doação. Não se sabe mais que quando se dá, seja carinho e afeto ou alguma palavra amiga, também se ganha, porque o carinho sempre é reciproco. As pessoas esqueceram que podemos viver sem maldade, sem malícia e sem frescura, sem querer ser melhor que o outro ou dar a mão pra mostrar que pode ajudar.
Eu sonho com o dia em que tudo isso poderá mudar. Gostaria de ver mais bondade e mais união. Sinceridade nos olhares e nas ações. Gostaria de poder saber com quem contar e em quem confiar. Como diz a música "Mais uma vez" :
- "Se você quiser alguem em quem confiar, confie em si mesmo"...